Baseado em ampla literatura científica, somente um tipo de antibiótico pode ser realmente considerado responsável pela redução da eficácia dos anticoncepcionais hormonais: a Rifampicina (e o seu derivado rifabutina). Fora a Rifampicina, nenhum – sim, nenhum – outro antibiótico apresentou, aos diversos estudos, qualquer sinal de que possa cortar os efeitos da pílula anticoncepcional.
Portanto, do ponto de vista estritamente científico, não há provas de que a imensa maioria dos antibióticos cortem o efeito contraceptivo dos anticoncepcionais hormonais. Isso significa que atualmente não há base científica para indicar nenhum tipo de cuidado adicional para as pacientes em uso de contraceptivos hormonais que precisam ser tratadas com antibióticos, como:

– Amoxicilina (com ou sem ácido clavulânico).
– Azitromicina.
– Cefalexina.
– Cefazolina.
– Cefotaxima.
– Claritromicina.
– Clindamicina.
– Ciprofloxacino.
– Doxiciclina.
– Fosfomicina.
– Levofloxacino.
– Metronidazol.
– Minociclina.
– Moxifloxacino.
– Nitrofurantoína.
– Norfloxacino.
– Ofloxacino.
– Penicilina.
– Tetraciclinas.
– Trimetoprim-sulfametoxazol (bactrim)
* A lista acima não está completa, ela mostra apenas os antibióticos mais comumente prescritos.
É importante salientar que mulheres com alguma infecção e em uso de antibióticos podem apresentar atraso menstrual. Isso, porém, não significa que o antibiótico esteja influenciando diretamente no sistema hormonal de forma a diminuir a eficácia da pílula anticoncepcional.
Outras drogas com ação antimicrobiana, como anti-virais ou antifúngicos, também não apresentam evidências de cortarem os efeitos dos anticoncepcionais, incluindo o aciclovir, valaciclovir, cetoconazol, fluconazol, miconazol, nistatina, etc.
A única exceção a esta regra são os anti-retrovirais usados no tratamento da AIDS. Drogas como Nelfinavir, Nevirapine, Ritonavir, entre outras, estão relacionadas a uma diminuição da eficácia da pílula. Por razões óbvias, as pacientes portadoras do vírus HIV não devem ter relações sem o uso de preservativos, portanto, esta questão acaba ficando minimizada.
Se você quiser ler um texto mais completo sobre as interações de vários medicamentos com a pílula anticoncepcional, acesse o seguinte link: PÍLULA ANTICONCEPCIONAL | Interações medicamentosas
Para quem tiver interesse em conhecer os estudos (em inglês) que foram usados para a elaboração deste artigo:
- Oral contraceptive efficacy and antibiotic interaction: a myth debunked. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=12063491
- Interaction between broad-spectrum antibiotics and the combined oral contraceptive pill. A literature review. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=10361620
- Drug interactions between oral contraceptives and antibiotics. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=11704183
- Oral contraceptive failure rates and oral antibiotics. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9146531
- The effects of rifampin and rifabutin on the pharmacokinetics and pharmacodynamics of a combination oral contraceptive. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=10223781
- Antibiotics and oral contraceptives. – http://www.ncbi.nlm.nih.gov
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